quinta-feira, 14 de julho de 2011

Campanha 10% do PIB

Carta de Lançamento da Campanha Nacional

Por que aplicar já 10% do PIB nacional na Educação Pública?


A educação é um direito fundamental de todas as pessoas. Possibilita maior protagonismo no campo da cultura, da arte, da ciência e da tecnologia, fomenta a imaginação criadora e, por isso, amplia a consciência social comprometida com as transformações sociais em prol de uma sociedade justa e igualitária. Por isso, a luta dos trabalhadores na constituinte buscou assegurá-la como “direito de todos e dever do Estado”.

No entanto, o Estado brasileiro, por expressar os interesses dos ‘donos do poder’, não cumpre sua obrigação Constitucional. O Brasil ostenta nesse início de século XXI, se comparado com outros países, incluindo vizinhos de América Latina, uma situação educacional inaceitável: mais de 14 milhões de analfabetos totais e 29,5 milhões de analfabetos funcionais (PNAD/2009/IBGE) – cerca de um quarto da população - alijada de escolarização mínima. Esses analfabetos são basicamente provenientes de famílias de trabalhadores do campo e da cidade, notadamente negros e demais segmentos hiperexplorados da sociedade. As escolas públicas – da educação básica e superior - estão sucateadas, os trabalhadores da educação sofrem inaceitável arrocho salarial e a assistência estudantil é localizada e pífia.

Há mais de dez anos os setores organizados ligados à educação formularam o Plano Nacional de Educação – Proposta da Sociedade Brasileira (II Congresso Nacional de Educação, II Coned, Belo Horizonte/MG, 1997). Neste Plano, professores, entidades acadêmicas, sindicatos, movimentos sociais, estudantes elaboraram um cuidadoso diagnóstico da situação da educação brasileira, indicando metas concretas para a real universalização do direito de todos à educação, mas, para isso, seria necessário um mínimo de investimento público da ordem de 10% do PIB nacional. Naquele momento o Congresso Nacional aprovou 7% e, mesmo assim, este percentual foi vetado pelo governo de então, veto mantido pelo governo Lula da Silva. Hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB nacional em Educação. Desde então já se passaram 14 anos e a proposta de Plano Nacional de Educação em debate no Congresso Nacional define a meta de atingir 7% do PIB na Educação em ... 2020!!!

O argumento do Ministro da Educação, em recente audiência na Câmara dos Deputados, foi o de que não há recursos para avançar mais do que isso. Essa resposta não pode ser aceita. Investir desde já 10% do PIB na educação implicaria em um aumento dos gastos do governo na área em torno de 140 bilhões de reais. O Tribunal de Contas da União acaba de informar que só no ano de 2010 o governo repassou aos grupos empresariais 144 bilhões de reais na forma de isenções e incentivos fiscais. Mais de 40 bilhões estão prometidos para as obras da Copa e Olimpíadas. O Orçamento da União de 2011 prevê 950 bilhões de reais para pagamento de juros e amortização das dívidas externa e interna (apenas entre 1º de janeiro e 17 de junho deste ano já foram gastos pelo governo 364 bilhões de reais para este fim). O problema não é falta de verbas públicas. É preciso rever as prioridades dos gastos estatais em prol dos direitos sociais universais.

Por esta razão estamos propondo a todas as organizações dos trabalhadores, a todos os setores sociais organizados, a todos(as) os(as) interessados(as) em fazer avançar a educação no Brasil, a que somemos força na realização de uma ampla campanha nacional em defesa da aplicação imediata de 10% do PIB nacional na educação pública. Assim poderíamos levar este debate a cada local de trabalho, a cada escola, a cada cidade e comunidade deste país, debater o tema com a população. Nossa proposta é, inclusive, promover um plebiscito popular (poderia ser em novembro deste ano), para que a população possa se posicionar. E dessa forma aumentar a pressão sobre as autoridades a quem cabe decidir sobre esta questão.

Convidamos as entidades e os setores interessados que discutam e definam posição sobre esta proposta. A idéia é que façamos uma reunião de entidades em Brasília (dia 21 de julho, na sede do Andes/SN). A agenda da reunião está aberta à participação de todos para que possamos construir juntos um grande movimento em prol da aplicação de 10% do PIB na educação pública, consensuando os eixos e a metodologia de construção da Campanha.

Greve dos servidores da UFPR

Suspensão das Matrículas na UFPR!

Uma medida para fortalecer a greve e pressionar o governo Dilma a atender as reivindicações dos servidores das Universidades Federais.

 


Para fortalecer suas reivindicações e pressionar o governo a negociar, os servidores da UFPR em greve decidiram por suspender temporariamente as matrículas do segundo semestre de 2011 no portal do aluno. Os prazos para as matrículas serão prorrogados pela universidade, sem prejuízo aos alunos. Os casos especiais podem ser avaliados pela Comissão de Ética localizada no RU Central.

Desde o último dia 15 de junho de 2011, os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná estão em greve, incorporando-se à greve nacional da categoria.

A greve deve ter o apoio dos estudantes para que pressionar o governo a atender suas reivindicações que são pela melhoria da universidade e das suas condições de trabalho. Não devemos nos colocar contra os técnicos e sim apoiá-los, pois eles estão defendendo a melhoria da universidade através de um instrumento legítimo e legal, a greve. Por isso rechaçamos o chamado, por alguns estudantes, à “invasão do CCE”, centro de informática da Universidade responsável pelo portal do aluno. Atitude esta que não apenas desrespeita o direito que os trabalhadores têm de fazerem greve, mas também reforça a política de cortes de verbas para a educação, distanciando os estudantes dos trabalhadores da universidade. A luta por melhores condições de ensino deve ser unificada.

É difícil imaginarmos como a universidade pode melhorar sem concursos públicos, que aumentem o quadro de servidores e sem repor as perdas geradas pela alta inflação, já que a proposta do governo é congelar o salário destes servidores por dez anos!

Ainda sendo uma greve nacional, o governo federal segue se negando a negociar com o movimento grevista, chegando ao ponto do ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmar que a greve não causaria impacto sobre a matrícula dos alunos no primeiro semestre. Justamente por isso, a compreensão dos estudantes e o apoio são importantes para a melhoria educação.

A categoria realiza assembleias semanais no Restaurante Universitário Central. Procure saber mais sobre a greve e suas reivindicações no http://greveufpr.org/

A ANEL se solidariza e dá o seu apoio total à greve dos servidores de todo o Brasil. Dispomos nossas forças para essa luta! Também chamamos todos os movimentos sociais a se incorporarem, pois só através da luta direta podemos garantir conquistas!


ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre!